terça-feira, 16 de março de 2010

Nós enquanto palhaços acidentais



Volta e meia, passamos por aqueles momentos em que nos sentimos muito mal, por termos deixado que alguém nos fizesse de bobo. Isso pode acontecer quando você atende à súplica de alguém que precisava de dinheiro, e terminou sendo o endividado, porque a pessoa nem pagou, e nem deu satisfação. Pode também ser fruto de uma pessoa em quem você confiava e te passou para trás sem a menor cerimônia. Outro caso comum é o de quando você compra a briga de alguém, as duas partes terminam conciliadas, e você fica com a maior cara de pateta do mundo. Traição de namorado(a), troco errado recebido na padaria, propaganda enganosa, hora-extra que não é creditada...enfim, existe uma infinidade de possibilidades, sozinhas ou combinadas entre si, de situações onde você não sabe se tem mais raiva de si, ou da pessoa que causou aquele transtorno. Difícil disfarçar aquele imenso nariz vermelho na rua, mas, do espelho então, é impossível.

Hoje, foi assim que me senti. Por recomendação médica, e em caráter de urgência, adquirimos uma esteira ergométrica pelo site de vendas do Submarino. Todas eram um bocado caras, mas encontramos uma que, por mil reais, faria a função básica exigida pelo cardiologista. Conversa daqui e dali, resolvemos investir na compra, por mais que fosse doer no bolso pelos próximos meses.

Dois dias úteis depois do pedido, chegou nossa encomenda. Abrimos com todo cuidado, aparato familiar total, foi montada com todo carinho, instruções lidas e então percebemos que exigia voltagem de 220V. Bom, não temos tomadas de 220V em casa, nem sequer no prédio, portanto, esperei até o dia seguinte, e fui à Barra da Tijuca desembolsar mais R$100,00 em um transformador de voltagem. Não havia mais o que errar. Era chegar em casa, plugar no transformador, plugar na tomada e pronto: esteira funcionando. Bom, até o “pronto”, tudo foi feito exatamente assim...só que a esteira não funcionou.

Fiquei chateadíssima, frustrada, especialmente pela necessidade dos exercícios e pelo dinheiro desembolsado, mas, não me restou alternativa senão mandar um e-mail para o site Submarino, de onde ele foi comprado, avisando sobre a necessidade da troca da esteira quebrada por um outra. Simples assim.

Acidentes acontecem, todos nós sabemos. Ninguém (nem o maior dos fabricantes ou revendedores de produtos) está livre de comercializar algo que acabou se provando defeituoso. Esperar que isso jamais aconteça é irracional. Porém, a grande diferença entre os bem e mal intencionados reside no que acontece depois disso.

Não tem nem duas semanas, aluguei uma bolsa na Bobags (já citei a loja aqui, no artigo “Ode aos pequenos luxos”), que, quando usava no dia seguinte, se estabacou no chão, devido a alça arrebentada. Fiquei chateada, claro, até porque, não gosto muito de catar objetos pessoais em frente ao caixa eletrônico de um shopping, Porém, assim que cheguei, enviei um e-mail para eles expondo o ocorrido, e, na mesma hora, me foi oferecido trocar aquela bolsa pelo aluguel de qualquer outra, ainda que de valor muito maior. Eles levaram minha escolhida no dia seguinte, e deixaram comigo até além do prazo estipulado, além de mandarem vários pedidos de desculpas, visivelmente sinceros. O que fica, nesse caso, não é a impressão da bolsa que arrebentou, e sim, da seriedade, respeito e preocupação da loja e das pessoas que trabalham lá. Independente do acidente, é claro que alugaria produtos lá novamente. Eles se mostraram aptos a lidar com o serviço, e com os acidentes de percurso.

Já ontem, recebi a resposta do Submarino, dizendo que minha esteira avariada seria apanhada no dia 29/03, e que uma outra esteira seria entregue após a análise da anterior, análise de estoque, e só então, enviada para mim. Eles, sequer, souberam dar um prazo! Quando expliquei a questão médica, e do quanto a demora seria excessiva, uma vez que precisamos da esteira o quanto antes, recebi uma resposta reafirmando o prazo anterior, e dizendo que, se ao invés de trocar eu quisesse devolução, os prazos seriam os mesmos. Leia-se: “nós não nos importamos. Você foi prejudicada, e só você arcará com isso”.

Fiquei tão indignada com essa falta de respeito, de satisfação (sequer foi enviado um pedido de desculpas pelo transtorno que pode ter gravíssimas conseqüências)e de humanidade que, além de querer sim devolver de vez esse produto, e encerrar qualquer vínculo com esse site, mandei a resposta para eles em cópia para vários dos meus amigos, e vou correr atrás de meus direitos enquanto consumidora.

Com isso, não quis só evitar que pessoas queridas venham a sofrer o mesmo transtorno, mas também mostrar que juntos, temos algum poder sim, de influenciar o modo como as coisas vêm sendo conduzidas. Um que é feito de bobo e se envergonha disso, é apenas um número que favorece a irresponsabilidade e má-fé dos comerciantes e prestadores de serviços ruins. Já um picadeiro inteiro de palhaços acidentais, que se conscientizam de que quem precisa ter vergonha é o lado oposto, e se unem para mudar essa história, tem todas as chances de sucesso.

É inútil buscarmos pela raspa de honestidade e respeito que alguns órgãos e pessoas possam vir a apresentar. A capacidade de surpreender com as reações aos erros não encontra limites. Porém, nossa tolerância sim, encontra. Cheguei à minha capacidade máxima de deixar para lá. Se não estamos confortáveis com essa maquiagem, sapatos bicudos e nariz vermelho, então, porque continuamos a dançar conforme a música tocada nesse circo?

O Bozo que me desculpe, mas EU não faço mais parte desse time.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O "EU" olfativo


Um dos últimos comentários que recebi no polêmico post "Ode aos pequenos luxos", me trouxe para o aparentemente raso tema desta postagem. A Dani me pediu dicas para superar uma perda aparentemente simples, mas que esconde uma gravidade inerente: a do perfume de estimação. Ela me dizia não conseguir arrumar um sucessor para sua fragrância preferida, que deixou de ser comercializada no Brasil.

Entendi o drama da Dani na hora! Pode parecer a coisa mais tola do mundo, mas o julgamento é precipitado. Só quem viveu a situação de se ver viúva do perfume ao qual foi fiel por muitos anos, sabe o desespero que isso dá.

Vivi uma situação parecida quando meu amado perfume, pelo qual me apaixonei aos treze anos de idade, e usei de forma fiel e exclusiva, foi tirado do mercado depois de 12 anos de amor eterno. Quando você encontra o perfume perfeito, se sente incrível e segura como quando encontra seu príncipe encantado. Por essas e outras, a notícia de que tinham parado de fabricar minha fragrância secreta foi um golpe do qual demorei muito a me recuperar. Foram muitos meses de tentativa e erro.

Se traduzir em cheiro não é fácil. Os cheiros carregam impressões, características, lembranças, sensações. Alguns cheiros que passam por mim na rua, são capazes de me carregar, subitamente, por uma montanha russa de emoções. Basta ser pega de surpresa por um determinado cheiro e lá estou eu, transportada via nasal para uma circunstância tão específica e clara, que nem se eu fosse hipnotizada, teria alcançado tão concretamente.

Por saber o quanto o cheiro pode ser marcante, o cuidado com escolher o meu torna-se redobrado. Não pode ser algo gostosinho, porém sem qualquer personalidade, nem algo que me pareça transmitir uma imagem que não se identifique com a minha, nem algo que fique bom na pele dos outros, mas não na minha. Comprar perfume igual ao de alguém conhecido então, para mim é traição que merece punições severas! O cheiro é uma marca registrada. Já viu marca registrada compartilhada?

E foi assim que vaguei, durante meses, consolada pelo excelente cheiro de alguns shampoos, hidratantes, finalizadores, creme para as mãos, e até batons...mas sem perfume! Já estava tão acostumada com meu luto, que fui deixando de procurar até me esquecer de vez dessa missão.

E foi então que, em uma bela tarde andando por Buenos Aires, fui atacada por aquelas vendedoras de perfumaria, que ficam de tocaia na porta de suas lojas, esperando uma pobre vítima distraída para borrifar as mais diversas fragrâncias de forma tão invasiva, que você passa segundos de terror imaginando se é um ataque terrorista, lança-perfume, spray de pimenta ou um genérico ultrapotente de Sorine. Para minha surpresa, a nuvem que me envolveu não era digna de fuga e rolamento. Era um cheiro ótimo, que me cativou pelos dois dias seguintes, em que ficou impregando (no uso positivo do adjetivo) no meu casaco. Resultado, me permiti um novo casamento, e comprei aquele novo perfume. Mais de um ano depois do episódio, estou no meu terceiro vidro, e cada dia mais feliz por ter encontrado o meu "EU" olfativo novamente!

Se eu tivesse um conselho, seria esse: lide com a questão do perfume como se estivesse lidando com o grande amor da sua vida. Não se deve colecionar, cobiçar o alheio, recomendar que compartilhem do seu, se conformar com algum que não seja exatamente o que você procura, nem seguir adiante com algum que não te faça feliz. Não tenha pressa e nem vergonha de travar uma busca inexorável. No entanto, lembre-se que, mais do que procurar, você deve estar apta a reconhecer quando estiver diante dele (o que fatalmente acontece, não se preocupe). E, quando encontrar...não deixe escapar por nada nesse mundo, mesmo que seja necessário investir pesado na relação.

E, se amanhã, ele sair da sua vida por qualquer motivo que seja, terá valido a pena mesmo assim. Afinal, não é necessário que seja eterno, contanto que seja imortal enquanto dure.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

As saudades de si



Logo depois que escrevi minha última postagem (aquela sobre os pequenos luxos), recebi mensagens muito carinhosas, e até uma que tentou ser ofensiva e acabou sendo cômica (anônima, é claro!). Adorei todas. No entanto, um comentário em especial mexeu comigo de uma forma diferente. Sabe quando você lê ou escuta alguma coisa que cala tanto lá no fundo que demanda um tempo para saber quais os efeitos que vão ser causados? Pois então, eu estava claramente diante de uma assim.

A postagem do comentário foi feita pela minha amiga Bianca. Eu tenho vários amigos, alguns grandes amigos, e algumas amizades que, de tão profundas, acabam se confundindo com minha própria identidade. Conheci a Bia na época de colégio, e, assim que entendemos o quanto tínhamos em comum, se estabeleceu uma amizade daquelas que acabam se estendendo para a família e por muitos anos. Naquelas tardes depois da escola, fosse quando fazíamos compras querendo parecer adultas, fosse quando comemorávamos não ser barradas na porta das boates, fosse quando ouvíamos Matchbox twenty (juro!) no chão do meu quarto, imaginávamos milhões de coisas sobre nosso futuro. Seríamos biólogas depois de nos formarmos na Unicamp. Não, não: faríamos direito e administração ao mesmo tempo e seríamos grandes empresárias. Peraí, faríamos faculdade juntas e nos divertiríamos horrores saindo sozinhas e de carro ainda por cima. Calma, melhor: dividiríamos um apartamento e estudaríamos fora. Tanta coisa que a gente bolou...a única coisa que não cogitamos, foi justamente o que aconteceu.

A realidade foi que, naqueles truques de ilusionismo do destino, onde você jura que nem viu acontecer, o meu caminho e o da Bia se distanciaram demais. Ela fez administração, e eu direito. Ela de fato teve um carro e estudou fora. Eu de fato saí horrores e comecei a trabalhar muito cedo. As duas viveram coisas memoráveis e outras que gostariam de esquecer, mas, sem que pudéssemos crer nisso anos antes, não estivemos ao lado da outra em nenhum desses momentos. Mesmo assim, eu sempre creditei a ela o posto de minha melhor amiga mulher. Ninguém entendia muito bem como funcionava uma melhor amiga a quem pouco se via, mas,o título não deixou de ser dela.

Anos depois, quando as duas tinham sido recentemente golpeadas de jeito pela vida, acabamos nos reaproximando e constatando algo ainda mais surpreendente: nosso vínculo não tinha enfraquecido em nada. A amizade que nos unia era a mesma, ainda que estivesse guardadinha em uma prateleira alta demais há tanto tempo, há tantas voltas, há tantos acontecimentos. Rimos juntas, choramos juntas, prometemos não nos distanciarmos demais de novo.

O comentário postado pela Bia dizia que meu texto tinha despertado nela saudades dela mesma anos atrás. E foi esse o ponto crucial para mim. As saudades já são, por natureza, algo de extremamente cruel do qual ninguém escapa. Um mal inevitável, porque durante toda vida, somos instruídos ao apego, e não aprendemos a perder as pessoas e coisas que aprendemos a amar. A saudade é a pena que sofremos por não entendermos a mais básica das regras da vida: que tudo tem fim. Porém, é também a saudade o sinal de nossa teimosia, que cisma em questionar esse fim, e mostrar que o apego triunfa sobre a perda, já que dentro de nós o que amamos não se finda jamais.

Se a saudade já é tão dolorosa, das pessoas e coisas que se foram, que ficaram para trás, que se perderam no tempo, imagine então a saudade de nós mesmos! Isso não é justo, não é certo, não é suportável. Ninguém deveria sentir falta do que já foi, porque nunca deveríamos precisar abandonar esse "eu" em qualquer lugar do que vivemos. Se, em algum momento do percurso percebermos que algo de importante ficou pelo caminho, temos os direito de voltar e tomar de volta. Já se esse elemento que ficou pelo caminho for nossa essência, ou uma parte de nós que nos era querida, esse direito de retornar se torna obrigação! Não se pode exigir que sigamos em frente, a menos que estejamos ali por completo. Não se pode querer que superemos a falta também de nós mesmos.

Obrigada, Bia! Seu comentário me fez ver que talvez eu precise checar, de tempos em tempos, se trouxe tudo de mim desde a última curva no percurso. Me fez ver também que eu preciso voltar e buscar umas duas ou três coisas que tinha achado que podia prosseguir sem.

Se divido isso com você, que me lê, é porque também sugiro que cheque sua bagagem em todas as suas partidas e chegadas. Não se importe no quanto leva para resgatar o que ficou para trás. Podemos perder tempo sim...o tempo é que não pode fazer com que nos percamos de nós mesmos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Uma ode aos pequenos luxos


Quando desci as escadas da entrada do prédio onde trabalho, estava uma chuva pavorosa (daquelas que fazem com que você já se imagine prontamente debaixo das cobertas, e vendo algo bem bobo na televisão), e, ao me despedir de uma colega de trabalho não muito próxima, com quem vinha conversando desde o elevador, acenei positivamente para o rapaz que oferecia táxi, e já fui abrindo a porta do simpático veículo amarelinho quando percebi o último olhar dela para mim, antes que fosse em direção ao ponto de ônibus, e eu, entrasse naquele conforto sobre quatro rodas. Não conseguiria descrever com exatidão o que ela expressou naquele olhar, mas tento dizendo que foi uma mistura de surpresa com uma leve pontinha de "Humpf...ela vai de táxi, é?". Fiquei levemente mexida com aquela agulhada muda, entrei no táxi, e vi os pingos apostando corrida no vidro enquanto refletia sobre minha vida, meus gastos, meus ganhos.

Vamos esclarecer aqui, para que você acompanhe melhor a história, que minha colega de trabalho não só é muito mais antiga na empresa do que eu, como também tem um cargo acima do meu, com um salário consideravelmente maior que o meu. No entanto, ela pega um ônibus para casa todos os dias, faça chuva ou faça sol, vai trabalhar com sapatos esquisitíssimos e roupas tão sem graça que me dão tédio (o que, estranhamente, parece ser ponto comum no setor financeiro...não é paradoxal que as especialistas não saibam investir na própria imagem?), além de levar marmita todos os dias, para economizar o cartão de refeição.

Eu admiro quem sabe poupar. Faz pouco tempo que aprendi a não ter cartões de crédito porque, não me endividar já é lucro. Quando sobra dinheiro no final do mês, seja lá quanto for, é uma alegria desmedida. Não ganho nem um quarto do que espero ganhar em breve, mas, infelizmente, não posso abandonar meus pequenos luxos só porque ainda não cheguei lá, e nem acho justo ser olhada como se cometesse extravagâncias toda vez que me dou ao direito de aproveitar meu dinheiro com pequenos luxos.

Não é necessário ter a conta bancária de uma superstar para fazer bonito em qualquer tapete vermelho (e calçadas de pedrinhas portuguesas também). Ter bom gosto, ser elegante, e gostar de coisas de qualidade não é defeito, nem mania de grandeza: feio é dar passos muito maiores do que a perna e se deixar levar pelos excessos, entrando no vermelho todo mês com saltos Prada. Se não comprometer sua saúde financeira, e muito menos a dos outros, não há nada de errado em querer dar à sua imagem todo o up necessário, nem há nenhum pecado em recompensar todo o duro que só você sabe que dá, com pequenos gestos, como não querer pegar gripe, molhar os sapatos, nem estragar o cabelo com uma chuva no final do dia, esperando pelo ônibus no ponto.

Aí vai uma listinha dos meus pequenos luxos de estimação. Veja quantos deles funcionam para você:

- Make impecável - embora eu sempre lance mão do filtro solar, limpe a pele de forma sagrada todo dia, e hidrate à noite, sair por aí de cara limpa é ou sorte de quem tem menos de 18 anos, ou desleixo. Pensar em sair de manhã com uma maquiagem carregada me embrulha o estômago, mas dar uma disfarçada nas olheiras e eventuais espinhas e manchas vermelhas com um excelente corretivo, fazer uma cobertura suave com base líquida fininha (ou uma base mineral em pó - minha mais nova paixão - depois de um primer), colocar um blush pelo menos nas maçãs do rosto (não vivo sem os da Kryolan que podem também ser usados como sombra), um rímel discreto e 100% à prova d'água (como os da Clinique)e um tom coringa de batom cremoso com fator de proteção solar são etapas indispensáveis na preparação de qualquer mulher bem cuidada. Bônus para as que levam lencinhos feitos para eliminar a oleosidade (como os da Clean and Clear, Natura e Mary Kay) e um batom cor de boca de uma marca incrível sempre na necessàire (tem um Yves Saint Laurent que mora na minha, quase com direito a usucapião).
- Unhas e cabelos bem feitos - sempre me dá um aperto no coração quando pago a conta mensal do salão de beleza...mas arrependimento não dá nunca! É o tipo de investimento que demanda atenção, pesquisa, confiança, certeza e constância. Senão, nada feito! O mesmo vale para os produtos usados nas madeixas. Não precisam ser carérrimos, mas merecem uma atenta pesquisa de qualidade. Recomendo a nova coleção da Pantene de shampoos e condicionadores, a milagrosa dupla de fitoqueratina e cereja do Boticário, os cremes de massagem Novex (relação custo-benefício como jamais vi na vida!!!) e o maravilhoso protetor térmico Dove antes do secador e da chapinha. Todos produtos incríveis e...nenhum custa mais do que 20 reais! Já as unhas, se tiverem que ser feitas no salão (eu faço as minhas em casa, mas isso requer paciência, disciplina e uma certa habilidade), devem estar sempre em dia. Não recomendo tocar na cutícula! Quanto mais se tira, mais cresce, além de ser perigoso, por deixarem você vulnerável a bactérias quando removidas. Uma cor incrível de esmalte traz outra vida, outro astral. Vale inovar dentro dos limites do que cabe à sua personalidade. E, por favor, não respire sem ter uma lixa à mão!
- PELO amor de Deus - Depilação e sobrancelhas em dia não são uma recomendação, mas uma obrigação! Ter uma pinça sempre por perto também quebra muitos galhos quando surge um pelinho antipático entre uma visita e outra a um profissional, mas, please, nem pense em sair tirando mais do que deve, ou pode ganhar uma falha de presente!
- Bolsas e sapatos - Dupla de agentes que podem depôr totalmente a seu favor ou contra. Peças de má qualidade detonam um look inteiro, enquanto as de respeito, levantam qualquer produção na hora. Invista em sapatos que possa usar em várias ocasiões, e por muito tempo. Se a moda for passageira, vale comprar aquela versão mais baratinha do modelo da revista, só para curtir a onda. No entanto, se certifique de que não é baratinha a ponto de arrebentar ou perder a sola no meio da festa. Pega muito mal! Outro mico na certa é usar bolsas de grife fakes! Credo! Atestado de pobre metida a perua, dispense! Prefira investir pesado em uma companheira de muitos anos e elogios, ou nas peças de qualidade, ainda que sem grife. Causarão ótima impressão, e podem ser olhadas de perto sem constrangimento. Agora, se o intuito é fazer com que a platéia babe diante de sua bolsa, mas seu saldo bancário não quer saber de farra, vai uma dica de ouro: aluguel especializado de bolsas de grife autênticas. Ir a uma entrevista de emprego com aquela Marc Jacobs super descolada, arrasar naquela festa com uma clutch Dior, passar uma semana viajando com as amigas com uma Chloe a tiracolo, esbanjar charme carregando só o necessário em uma Gucci no final de semana com o namorado novo, ou mesmo ter um mês inteiro desfilando uma Louis Vutton..tudo isso é possível e cabe no seu bolsinho. www.bobags.com.br. Clique, curta, e nem precisa me agradecer.
- Óculos escuros - Não deixe o seu fora de alcance, nenhuma celebridade passa sem. Agora...chovendo no molhado: não use depois que não houver mais qualquer lembrança de sol no céu e a lua já estiver instaladérrima lá em cima, e nem flerte com os fakes. Óculos não são só ítens de moda, mas também aliados da saúde dos seus olhos. Um modelo lindo, com proteção solar adequada, e sem nenhuma grife, é mais do que suficiente.
- Caneta de personalidade - Não deixe de ter na bolsa, e usar em qualquer momento em que precise assinar um documento, participar de uma reunião, ou mesmo anotar um telefone na rua, uma caneta marcante e de boa qualidade. Se não tiver como comprar uma Cartier ou Montblanc ainda, bem vinda ao clube! Mas não pense que tem desculpa por isso: sou apaixonada pelos modelos da Zoot. Preços acessíveis e uma variedade que permite que pelo menos uma seja a sua cara!
- Underwear- sai pra lá calcinha de camelô, calcinha que a tia vende, ou calcinha que é vendida na rua pendurada que nem caranguejo - nem em outra vida! Suas roupas íntimas não aparecem, mas protegem bens muito preciosos, concorda? Além disso, fazem você se sentir ou desconfortável, ou muito auto-confiante, o que você prefere? Use modelos adequados ao seu corpo, e marcas que passem no teste de qualidade. Agora, se com o tempo, e elástico cedeu, o tecido furou, ficou puído, e a rendinha rasgou...O QUE ESTÁ ESPERANDO PARA JOGAR ISSO NO LIXO?
- Cheiro - Nada melhor do que estar perfumada e receber diversos elogios por isso. Sou apaixonada por sabonetes cheirosíssimos, sabonetes líquidos, óleos de banho, hidratantes Victoria's secret para o corpo, Gap para as mãos, Natura para os pés...nossa! Mas o principal é meu perfume, que não revelo nem sob tortura. Pegue um dia para cheirar todas as fragrâncias de uma loja de perfumes daquelas bem cheias de frescuras, e se apaixone por um que será sua marca registrada.

Bom, vou parando por aqui, e me dedicando a outro luxo que amo: cumprir meu ritual de esfoliação e massagem nos pés. Nada melhor do que um pequeno luxo para uma noite de segunda-feira chuvosa.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Preparar, apontar...


Não esperem nada demais! Hoje é sexta-feira, meu chefe está viajando e meu deixou com algumas coisas para resolver, é aniversário do meu namorado e eu ainda estou pensando em que presente comprar, não fiz as unhas (esmaltes com aquelas cores lindas, modernas e chamativas são incríveis...exceto quando começam a descascar!) e ainda preciso secar o cabelo.

Mas, não me perguntem o motivo, hoje tive vontade de começar esse blog. Já fiz outro blog antes, que era, modéstia à parte, até bem legal. Mas ele tinha outro perfil. Não consegui acompanhar. Me senti péssima como aqueles parentes meio distantes que resolvem visitar o pobre velhinho no asilo todos os finais de semana, e vão arrumando desculpas tão sinceras que eles mesmos passam a acreditar nelas, para não ir no quarto sábado...e depois no quinto..e então no sexto, e, quando percebem, já perderam o elo com aquele compromisso.

Esse blog é diferente...primeiro porque ele não é sobre nada específico, a não ser sobre mim! Há dias em que acordo insuportável, dias em que levanto da cama dançando, dias em que cismo de fazer graça com tudo, dias em que vejo graça apenas nas coisas improváveis, dias em que sou fútil, dias em que estou enjoativamente doce, dias em que sou mais Pollyanna do que nunca, dias em que sou de luta, dias em que quero paz, dias em que sou praia, dias em que sou noite... e é isso que eu quero aqui: nenhuma pressão, nenhuma pretensão.

Se estiverem dispostos a me acompanhar sempre, de vez em quando, quase nunca, no primeiro dia e nunca mais, ou mesmo, uma vez apenas, mas que ela seja marcante por algum motivo, já vou ficar bastante feliz. Mas venham, que compartilhar essas coisas sérias e essas besteiras com alguém que possa identificar-se com pelo menos uma delas é o motivo de estar aqui.

Escrever é desnudar-se em palavras diante de quem se vê, e de quem nem se imagina. Pois então, estão ouvindo a música? Sentem-se que o strip-tease já vai começar!